O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, passou por uma nova manhã de instabilidade nesta quinta-feira (11), com 46 voos cancelados devido aos fortes ventos provocados pelo ciclone que afeta o estado desde quarta-feira (10). De acordo com a Aena, concessionária que administra o terminal, 31 chegadas e 15 partidas foram suspensas após as rajadas que ultrapassaram 90 km/h no dia anterior, impactando diretamente a malha aérea.
A quarta-feira já havia sido crítica: Congonhas registrou 88 pousos e 93 decolagens cancelados, gerando longas filas, saguão lotado e incerteza entre passageiros. Mesmo com o aeroporto operando nesta manhã, a administração orienta que viajantes confirmem a situação dos voos diretamente com as companhias aéreas.
Aeroportos paulistas registram caos com ventos do ciclone
Os efeitos do ciclone extratropical atingiram diversos aeroportos paulistas, causando uma série de cancelamentos, atrasos e desvios. Mesmo com momentos de céu aberto, as rajadas intensas provocaram dezenas de arremetidas em Congonhas e Guarulhos. Boletins da Força Aérea Brasileira registraram ventos de 52 nós (96 km/h) em Congonhas e 42 nós (77 km/h) em Guarulhos durante a tarde de quarta-feira.
Segundo a Aena, apesar de Congonhas permanecer tecnicamente aberto, as companhias aéreas cancelaram 80 chegadas e 87 partidas até as 17h20 da quarta-feira. Já em Guarulhos, 26 voos precisaram alternar seus destinos até as 16h30.
Entre o fim da manhã e o início da tarde, nove voos destinados à capital paulista foram direcionados para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, sete deles tentando pousar em Congonhas e dois em Guarulhos. Um voo da Azul vindo de Curitiba enfrentou turbulência severa durante todo o trajeto, arremeteu em São Paulo e acabou pousando em Campinas às 13h06, onde um passageiro recebeu atendimento médico após passar mal.
Redirecionamentos atingem várias cidades
Outro reflexo da instabilidade foi o redirecionamento de sete voos para Ribeirão Preto, a mais de 300 km da capital, de acordo com a RedeVoa. No Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, ventos chegando a 49 nós (90 km/h) exigiram aproximações com vento cruzado, na técnica conhecida como “caranguejo”. Algumas aeronaves não conseguiram estabilizar e precisaram arremeter, direcionando pilotos a alternar para outros aeroportos.
Até aeronaves de grande porte, como um Boeing 777 da Latam vindo de Lisboa, um 787-10 da TAAG vindo de Luanda e um 777 da Ethiopian saindo de Adis Abeba, tiveram de abandonar tentativas de pouso em Guarulhos e seguir para o Galeão, no Rio de Janeiro.