A Unicamp é a segunda melhor universidade da América Latina, aponta ranking divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Times Higher Education (THE) Latin America University 2026, considerado um dos principais instrumentos internacionais de avaliação de universidades da América Latina e do Caribe.
Na edição de 2026, o ranking classificou 223 universidades de 16 países. O Brasil permanece como o país com maior presença, com 69 universidades avaliadas, entre públicas e privadas. Entre as dez melhores instituições da região, sete são brasileiras. Para a construção dos indicadores foram analisadas 174,9 milhões de citações relativas a 18,7 milhões de publicações científicas indexadas na base Scopus entre 2020 e 2024.
O cálculo dos indicadores de ensino e pesquisa incorporou os resultados das pesquisas de reputação 2024 e 2025, totalizando mais de 108 mil respostas de acadêmicos e empregadores de todo o mundo.
Com o desempenho, a Unicamp manteve a segunda posição obtida em 2024, já que em 2025 não houve divulgação do levantamento por conta de mudanças de metodologia. Nesta edição de 2026, a responsável pela pesquisa introduziu mudanças em que, pela primeira vez, as universidades latino-americanas foram avaliadas em comparação com a população global de instituições presentes na classificação mundial, e não apenas entre si.
Entre os cinco pilares que compõem o THE Latin America University Ranking, a Unicamp se destaca especialmente em duas dimensões. Primeiro, na dimensão Educação, com uma pontuação de 58,7, a Unicamp ocupa a 2ª posição na América Latina.
No indicador de Ambiente de Pesquisa, a Unicamp também apresenta excelente desempenho, com pontuação de 52,3, que corresponde à 2ª posição no ranking latino-americano.
O outro indicador de pesquisa utilizado é Qualidade de Pesquisa, em que a Unicamp ocupa o 4º lugar na classificação, com pontuação de 69,1. Outro destaque é a dimensão Indústria, que inclui receitas provenientes da indústria e as citações de patentes.
Nesse quesito, a Unicamp tem uma pontuação de 78,1, o que a coloca na 4ª posição entre todas as universidades da América Latina.
“A manutenção da Unicamp entre as melhores universidades da América Latina demonstra a consistência do trabalho institucional e o nosso compromisso permanente com qualidade acadêmica, pesquisa de ponta e impacto social”, disse o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário (PRDU), Fernando Sarti. “Mesmo com a mudança metodológica introduzida pela THE em 2026, a universidade preserva sua posição de destaque, o que reforça a solidez das nossas políticas de desenvolvimento universitário”, acrescentou.
O assessor docente da PRDU, Renato Garcia, avalia que as mudanças na metodologia tornaram a classificação mais desafiadora.
“O resultado confirma o desempenho equilibrado da Unicamp nos principais pilares avaliados, especialmente em ensino, ambiente de pesquisa e interação com a indústria”, avalia Garcia. “A nova metodologia, que compara as universidades latino-americanas ao conjunto global de instituições do ranking mundial, torna a classificação mais desafiadora. Mesmo assim, a Unicamp sustenta a 2ª posição, o que evidencia a robustez dos nossos indicadores estruturais”, afirma.
O reitor Paulo Cesar Montagner, disse que o objetivo da Unicamp é buscar a qualificação no ensino, na pesquisa e na extensão. “Nós continuamos firmes no propósito em construir uma universidade cada vez melhor”, disse ele.
“Queremos seguir naquilo que acreditamos, de modo que possamos fazer a Universidade ser cada vez mais qualificada, em todas as suas áreas. A posição no ranking deve ser resultado de um trabalho”, finaliza.
Indicadores
A classificação é estruturada em 16 indicadores, distribuídos em cinco dimensões (pilares):
• Ensino (35%): reputação, receita institucional, proporções de doutorados e de docentes por aluno.
• Ambiente de Pesquisa (33,5%): reputação, produtividade e receitas de pesquisa.
• Qualidade da Pesquisa (20%): força, excelência e influência (citações) da produção científica.
• Perspectiva Internacional (7,5%): estudantes, docentes internacionais e colaboração global.
• Indústria (4%): renda proveniente de contratos e impacto tecnológico via citações em patentes.