O município se tornou um dos centros de debate sobre o futuro do gás de cozinha no país durante o evento Liquid Gas Week, realizado entre priemiro semestre de 2025, no Rio de Janeiro
Entre as ideias apresentadas, está a possibilidade de o gás de cozinha ser vendido de forma fracionada: ou seja, o consumidor poderia abastecer apenas a quantidade desejada, em vez de adquirir obrigatoriamente os 13 kg completos do botijão modelo P13.
A proposta, cuja entrada em vigor está prevista para o primeiro trimestre de 2026, inclui mudanças significativas na forma como o gás de cozinha é comercializado no Brasil.
Insights
O especialista em GLP (gás liquefeito de petróleo) e gases especiais, Sérgio Balbino, foi convidado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para apresentar sugestões de modernização do setor. Ele defende que essa inovação traga mais liberdade de escolha ao consumidor, maior transparência e melhores condições de acesso ao combustível.
Entre as principais ideias está a possibilidade de o botijão P13 ser vendido de forma fracionada, permitindo que o consumidor abasteça a quantidade desejada e não apenas os 13 quilos completos. Essa inovação representa um avanço em transparência, economia e liberdade de escolha. O tema foi levado ao ministro de Minas e Energia durante o evento por Balbino.
Atualmente, o modelo de comercialização do GLP é praticamente o mesmo há oito décadas. Quatro grandes distribuidoras concentram 92% do mercado, movimentando cerca de 33 milhões de botijões de 13 kg por mês.
Esse sistema faz com que o consumidor tenha de comprar sempre o botijão cheio, mesmo sem precisar de todo o gás. Estudos indicam que cerca de 500 gramas de gás permanecem dentro do botijão após o consumo, o que significa que o cliente paga por algo que não chega a utilizar — uma perda pequena individualmente, mas bilionária em escala nacional.
Mundança Social
A nova regulamentação proposta prevê rastreabilidade dos botijões, emissão obrigatória de nota fiscal e mecanismos de controle digital sobre a origem e o volume exato de gás fornecido. A ideia é que o consumidor pague apenas pelo que usa.
Além de reduzir desperdícios e custos logísticos, o novo sistema também tem impacto social direto. Famílias de baixa renda poderão abastecer o botijão com o valor que couber no orçamento do mês, tornando o acesso ao gás de cozinha mais justo. Países como Estados Unidos, África do Sul e várias nações europeias já adotam modelos semelhantes.
Com a previsão de implementação em 2026, a mudança promete transformar o mercado de GLP no Brasil, estimulando a inovação e garantindo mais autonomia para o consumidor.
A expectativa é que, até a implementação, sejam realizados testes em diferentes regiões do país para avaliar a viabilidade técnica do novo modelo.