A instalação “Lume Teatro – tecnologias do corpo e arquivos da presença”, que será aberta neste sábado, 13 de dezembro, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, celebra os 40 anos de pesquisa, criação e pedagogia do Lume Teatro, fundado na Unicamp em 1985 por Luís Otávio Burnier (1956-1995). Com uso de projeção 3D, realidade virtual, experiências com sons e calor corporal, o público poderá conhecer de forma imersiva a trajetória do grupo, que conquistou os palcos com sua técnica e inventividade.
A mostra, com entrada gratuita, fica em cartaz até 15 de fevereiro e pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 11h às 20h, e aos domingos e feriados, das 11h às 19h.
A atriz britânica Naomi Silman, integrante do grupo desde 1997 e uma das curadoras da mostra, conta que a exposição, dividida em seis momentos, nasceu de uma colaboração entre o Lume e o projeto de doutorado de Adriana Parente La Selva, na Universidade de Ghent (Bélgica), que também assina a curadoria. Integrantes do grupo fizeram experiências por lá em 2024 e neste ano. “A Adriana, atriz e pesquisadora, deu o start para esse projeto, pois teve acesso a um dos maiores laboratórios de tecnologia que trabalha com artes performativas”, conta.
“O interesse era encontrar tecnologias que pudessem ser usadas no arquivamento da arte da cena, a arte da presença. Trabalhamos sobre o momento presente, o efêmero, que nunca se repete, quando nos apresentamos no palco”, explica Silman. “Fomos para a Bélgica em 2024, e a primeira tecnologia que testamos foi a MoCap [Motion Capture]. Usamos sensores no corpo que capturaram nossos movimentos em um espaço tridimensional.”
Durante o trabalho, foi realizado o mapeamento de técnicas do Lume e foram encenados pequenos trechos de suas obras. “Também trabalhamos com uma câmera térmica para traduzir esse corpo presente. Fizemos cenas de grande esforço físico para medir o calor nas partes do nosso corpo”, completa Silman.
“A exposição é uma trajetória que começa com as mídias mais antigas até chegar nas de alta tecnologia. Não as usamos só por usar, e sim para mostrar como podem somar ao nosso ofício, pois são ferramentas que traduzem o que queremos dizer sobre a presença cênica, sobre nosso trabalho, que é artesanal. Permitimos que o público entre nesse lugar que, para nós, é muito sagrado e íntimo”, destaca.
“Essa exposição é uma celebração, pois reúne muito material de acervo, do Burnier, inclusive com imagens inéditas, que muitos de nós não tínhamos visto. Fizemos um mergulho afetivo na nossa história e nos nossos corpos de presença nesses 40 anos”, afirma. “Em um dos momentos, começamos com o Burnier treinando sozinho para, no final, mostrarmos os alunos deste ano, que passaram pelo nosso curso.”
“Desde 2023 estamos com um projeto temático da Fapesp para mapear toda a pedagogia do Lume, que começou como um núcleo da Unicamp e hoje é uma referência, o que possibilitou nossa ida para a Bélgica. Tivemos origem na Universidade, e, agora, com o apoio do Itaú Cultural, vamos mostrar o casamento de uma pesquisa que se transformou em um produto para ser compartilhado com o público. É gratificante. Esperamos trazer a mostra para Campinas, mas, por enquanto, convido a todos para ir a São Paulo”, completa.
Seis momentos
A instalação começa com “Suando o arquivo”, série fotográfica de Bruno Freire com imagens dos atores do Lume registradas por lentes analógicas durante a pesquisa na Bélgica. Em seguida, vem “Labirinto do tempo”, do videomaker do Lume, Alessandro Poeta Soave, em parceria com Gabi Perissinotto, que resgata imagens de seus intérpretes, suas memórias corporais e as técnicas criadas pelo grupo, como a Dança Pessoal e a Mímesis Corpórea, além das experiências com o clown e o teatro de rua.
“Ilha volumétrica – Cnossos” vem em seguida, com uma projeção 3D de fragmentos do espetáculo Cnossos, um dos mais emblemáticos do Lume. A obra utiliza a tecnologia de captação volumétrica (VolCap), que grava o performer por vários ângulos ao mesmo tempo, criando uma espécie de escultura digital em movimento.
Já em “Ilha eXtendida”, núcleo central da pesquisa de La Selva, aprofunda a questão do arquivo corporal, com a tecnologia MoCap. Desdobrada em uma experiência imersiva de realidade estendida (XR), a obra leva o público a experimentar, com óculos de realidade virtual, as técnicas de treinamento utilizadas pelos artistas.
Em “Ilha térmica – qual é seu calor?” e “Corra, Lume, corra”, câmeras térmicas registram as variações de temperatura dos performers e do próprio público, projetando na tela uma geografia cromática da energia corporal em que, quanto mais clara a área, maior o calor.
O encerramento é com “Ilha sonora”, que tem como base o trabalho vocal. A obra apresenta arquivos de voz captados com microfone ambisônico – tecnologia que capta o som em todas as direções, preservando a espacialidade e o movimento –, criando a sensação de que o visitante está dentro de um círculo de atores, ouvindo sua respiração, cantos e matrizes vocais.
Seis momentos
A instalação começa com “Suando o arquivo”, série fotográfica de Bruno Freire com imagens dos atores do Lume registradas por lentes analógicas durante a pesquisa na Bélgica. Em seguida, vem “Labirinto do tempo”, do videomaker do Lume, Alessandro Poeta Soave, em parceria com Gabi Perissinotto, que resgata imagens de seus intérpretes, suas memórias corporais e as técnicas criadas pelo grupo, como a Dança Pessoal e a Mímesis Corpórea, além das experiências com o clown e o teatro de rua.
“Ilha volumétrica – Cnossos” vem em seguida, com uma projeção 3D de fragmentos do espetáculo Cnossos, um dos mais emblemáticos do Lume. A obra utiliza a tecnologia de captação volumétrica (VolCap), que grava o performer por vários ângulos ao mesmo tempo, criando uma espécie de escultura digital em movimento.
Já em “Ilha eXtendida”, núcleo central da pesquisa de La Selva, aprofunda a questão do arquivo corporal, com a tecnologia MoCap. Desdobrada em uma experiência imersiva de realidade estendida (XR), a obra leva o público a experimentar, com óculos de realidade virtual, as técnicas de treinamento utilizadas pelos artistas.
Em “Ilha térmica – qual é seu calor?” e “Corra, Lume, corra”, câmeras térmicas registram as variações de temperatura dos performers e do próprio público, projetando na tela uma geografia cromática da energia corporal em que, quanto mais clara a área, maior o calor.
O encerramento é com “Ilha sonora”, que tem como base o trabalho vocal. A obra apresenta arquivos de voz captados com microfone ambisônico – tecnologia que capta o som em todas as direções, preservando a espacialidade e o movimento –, criando a sensação de que o visitante está dentro de um círculo de atores, ouvindo sua respiração, cantos e matrizes vocais.
As informações são do site da Unicamp, unicamp.br.
Agenda
“Lume Teatro – tecnologias do corpo e arquivos da presença” – conceito e curadoria: Itaú Cultural, Lume Teatro, Adriana Parente La Selva e Naomi Silman
Abertura: 13 de dezembro (sábado), às 11h. Visitação até 15 de fevereiro de 2026. Terça-feira a sábado, das 11h às 20h; Domingos e feriados, das 11h às 19h
Itaú Cultural – Piso 2 – Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô. Classificação indicativa: livre. Entrada gratuita.

Mostra que celebra 40 anos do grupo terá projeção 3D, realidade virtual e experiências com som e calor