O ex-presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Guilherme Campos (PSD-SP), é pré-candidato a deputado estadual a convite do presidente do partido, Gilberto Kassab – secretário de Relações Institucionais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Natural de Campinas, Campos foi vice-prefeito e cumpriu dois mandatos como deputado federal.
Gestor, mantém o foco em temas críticos para a região e visa resolver definitivamente uma das principais questões do transporte público da cidade, o BRT (Bus Rapid Transit), que se arrasta por pelo menos 12 anos. “Eu me coloco à disposição para ajudar a implementá-lo definitivamente e pra acabar com essa novela”. Ocupa-se não apenas com a implantação definitiva do sistema, mas com “a aprovação de quem vai operar as linhas”.

Viracopos
Ex- diretor administrativo e financeiro do Sebrae-SP (2019 a 2022), preocupa-se também com outro grande ativo campineiro, que há anos passa por um imbróglio: Viracopos. A concessionária do aeroporto tem uma dívida bilionária com a União.
“Houve equívocos da concessionária e do Estado, afetando o equilíbrio contratual. Mas, a pior opção é uma relicitação, que pode arrastar uma briga judicial por anos e afetar o dia a dia”, afirma, referindo-se aos possíveis prejuízos aos passageiros e às empresas que dependem do modal aéreo .Defende que haja um acordo entre a empresa e o governo federal. “É sentar e reorganizar”.
Agro
Atualmente, é o superintendente do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) e defende o setor como um dos carros-chefes nacionais. “O agro puxa a economia de São Paulo e do Brasil com competitividade, garantindo o abastecimento de alimentos e energia”, afirma, aludindo ao “maior produtor e exportador de laranja do Brasil, o maior produtor de cana-de-açúcar e de álcool do país, e o segundo maior produtor de café, atrás apenas de Minas Gerais”.

Recursos hídricos
Sobre o conflito histórico entre a região de Campinas e o Sistema Cantareira, afirma: “sempre defendi com muita preocupação a questão do abastecimento de água”. A disputa decorre da dependência mútua, mas desequilibrada, da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que é do interior, mas que abastece a Região Metropolitana de São Paulo(RMSP).
O cerne da contenta é a vazão mínima, que deve ser mantida nos rios para garantir o abastecimento e a sobrevivência ecológica da região campinense – especialmente em períodos de seca, quando a Sabesp busca reduzir essa liberação para priorizar o abastecimento da Capital, gerando atrito político e judicial.

Correios
Engenheiro Civil pela USP, assumiu os Correios em 2016 com a missão de reestruturar a estatal sem depender de privatização. A empresa registrava, na época, um prejuízo de quase R$ 2,5 bilhões. Mas, em dois anos, Campos a deixou com um lucro de R$ 667 milhões. A estratégia foi abandonar o foco no monopólio postal (em declínio) e focar na competitividade do envio de encomendas compradas pela internet.
Hoje, a companhia está novamente no vermelho. “A situação é pior do que era, mas tem jeito, sim. É valorizar o funcionário e a empresa. Não ter a mentalidade de só cortar custo. Primeiro é reerguê-la, e só depois definir sobre privatização”.
Campineiro nato
Campos é membro de uma família tradicional de comerciantes de Campinas, fundadores da Casa Campos, apaixonados pela Ponte Preta. Foi vice-prefeito de 2005 a 2007 e afirma estar afastado do diretório municipal do PSD, que é conduzido atualmente pelo deputado federal Carlos Sampaio e pela secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Adriana Flosi.