A deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) defende que o eleitor brasileiro adote uma abordagem racional e crítica em relação à política nacional.
Citando a pré-candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição, argumenta que a população deve analisar os assuntos públicos com objetividade, priorizando os fatos concretos em detrimento à devoção emotiva e ao culto a personalidades.
“A pré-candidatura do presidente Lula é uma amostra de como o brasileiro precisa acompanhar a política sem paixão e idolatria. Não é possível que o Brasil esteja derretendo desse jeito e que a própria esquerda considere a reeleição”, declarou, em entrevista à sucursal de Campinas (SP) do Correio da Manhã Brasil.
A parlamentar estará na cidade nesta quinta-feira (30) em um encontro com as lideranças do Novo. A reunião é aberta ao público e tem como mote “O Brasil que queremos: Liberdade & Progresso” (leia mais abaixo).
Amadurecimento
Por outro lado, a deputada expressa otimismo com o “amadurecimento da direita”, que, segundo ela, fortalece candidatos defensores do livre mercado e da segurança jurídica.
Apregoa menos intervenção estatal na economia, menos burocracia e a garantia de que leis e contratos serão respeitados no Brasil – pilares essenciais para o investimento e a estabilidade econômica do país.
Sinaliza que o essencial na política é concentrar-se em propostas pragmáticas, que priorizem as “necessidades concretas do país”, em vez de “ideologias polarizadas”.
“O que falta, no meu entender, é nos distanciarmos de qualquer forma de populismo e extremismo e nos concentrarmos em uma proposta de um Brasil que coloque verdadeiramente os brasileiros em primeiro lugar”, declara.

Campinas
Sobre a cidade, especificamente, informa que o ex-deputado federal Alexis Fonteyne será novamente candidato. “Espero que ele volte a compor a nossa bancada. A ideia é continuarmos destinando emendas para os hospitais de Campinas – que são referências nacionais – e acompanhando tudo que envolve a esfera federal, como foi o caso da concessão de Viracopos”.
Foi Ventura quem solicitou a audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília (DF) que ocorreu em 14 de outubro e culminou na abertura da mesa de negociação entre a concessionária do aeroporto e a União.
Por conta da audiência, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) abriu o diálogo para discutir o futuro da concessão, que tem sido marcada por “inadimplência contratual, judicialização sucessiva e falta de cumprimento das obrigações assumidas e prejuízo bilionário ao erário”.
Como resultado da audiência que Ventura propôs, um grupo será criado para “buscar uma solução rápida e responsável, com segurança jurídica, proteção ao interesse público e prevenção de novos prejuízos”.
O coletivo será formado pela Anac, responsável pela aviação civil brasileira; pela Advocacia-Geral da União, instituição pública federal que defende a União judicialmente; e o Ministério de Portos e Aeroportos.
Contenda
Sobre o fato de desfiliados afirmarem que o Novo virou um “puxadinho” do PL (Partido Liberal) e de que o “caciquismo” chegou à legenda com o ex-ministro Ricardo Salles, Ventura sustenta que um dos lemas do Novo – inclusive presente no estatuto – é a rejeição ao personalismo.
“Esse tipo de idolatria a uma pessoa não é boa para a política, pois leva tanto ao populismo quanto à concentração de poder. Não existe caciquismo no Novo. Nunca, nesses sete anos como deputada federal, recebi um telefonema do presidente do partido pedindo que eu votasse A ou B. Nossa prática de direcionamento de voto cabe apenas aos parlamentares: nos reunimos, discutimos e alinhamos os votos baseados em critérios técnicos e no que é melhor para o Brasil”.
Explicita, de forma enfática, que “o Novo não é puxadinho do PL; que é independente e segue ideário próprio”. Quanto a Salles, informa que o atual deputado federal é pré-candidato ao Senado e que, assim como ela, está “ajudando o partido a crescer”.
“Costumo dizer que o Novo tem 30 tons de laranja – com pessoas mais ou menos liberais, mais ou menos conservadoras”, completa.
Quanto à presidência, reitera que o pré-candidato é o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Mas, que “é possível uma coligação com algum outro candidato da frente dos governadores”.
Reunião em Campinas
O encontro desta quinta-feira (30) reunirá a elite do Novo: o governador de Minas, Romeu Zema, os deputados federais Adriana Ventura, Marcel van Hatten e Ricardo Salles; e o cientista político Christian Lohbauer, candidato a vice-presidente do Brasil na eleição de 2018.
É aberto à população e ocorrerá das 19h às 22h no Hotel Vitoria Concept (Av. José de Sousa Campos, 425 – Nova Campinas). As inscrições são gratuitas, limitadas e devem ser feitas pelo site por partido.
O anfitrião será Alexis Fonteyne, e o objetivo é “falar sobre liberdade, discutir o futuro do Brasil e construir o progresso juntos” – informa a legenda.