Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou a criação dos cursos de História no período noturno no campus de Barão Geraldo, proposta pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), e de Relações Internacionais no período diurno no campus de Limeira, apresentada pela Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em sua 418ª Sessão Ordinária, nesta terça-feira, 2 de dezembro. As propostas vão seguir para a votação final no Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, e a previsão é de que ambos os cursos sejam oferecidos no ano letivo de 2027.
Rodrigo Camargo de Godoi, livre-docente de História do Brasil Império no IFCH, apresentou a proposta do curso de licenciatura e bacharelado em História no período noturno. Com 52 vagas a serem ofertadas, a proposta prevê a contratação de dez docentes. “O curso de História do IFCH, que vai completar 50 anos em 2026, tem uma trajetória reconhecida por sua confluência de estudos. Atualmente, temos 21 docentes, entre graduação, pós-graduação e extensão”, comentou.
Com duração de nove semestres, o curso tratará de temas estratégicos, como direitos humanos, urbanismo, estudos africanos e diaspóricos, história ambiental, história da arte, estudos ameríndios e patrimônio cultural, entre outros. O coordenador-geral da Unicamp, Fernando Coelho, elogiou a proposta, que começou a ser debatida em 2024. “É muito moderna, pois tem um componente voltado para entender a ‘coisa brasileira’. Por ser noturno, vai garantir o acesso democrático e fará com que o IFCH e o departamento caminhem como exemplo de modernização e expansão”, afirmou.
O curso de Relações Internacionais, com 60 vagas e duração de oito semestres, será o primeiro curso diurno da área de Ciências Sociais da FCA e prevê a contratação de 15 docentes. A proposta foi apresentada por Milena Pavan Serafim, professora-associada de Administração Pública da FCA, e por Rafael Dias, também professor da FCA que, atualmente, comanda a Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri) da Unicamp.
“A proposta vai ao encontro do nosso compromisso de fortalecer o campus. A FCA começou suas atividades em 2009, com oito de seus 16 cursos aprovados. Entre 2012 e 2013, houve a primeira menção de interesse no curso de Relações Internacionais e, em 2022, foi feito o primeiro esboço. Em março deste ano, a FCA apresentou uma minuta atualizada para a PRG [Pró-reitoria de Graduação], foi criado um grupo de trabalho, e a proposta foi aprovada pela CCG [Comissão Central de Graduação] em novembro”, contou Serafim.
“Houve um pequeno acréscimo de temporalidade”, explicou a pró-reitora de Graduação, Mônica Cotta. “Disponibilizei a PGR para montar o grupo de trabalho, por isso, o trâmite foi um pouco mais rápido. A pró-reitoria tentou dar todo o apoio para que os dois cursos pudessem se materializar em 2027. Como pesquisadora, vejo que precisamos de todas as áreas interagindo”, completou.
Dias ressaltou que, entre os diferenciais do percurso formativo, está o Laboratório de Pesquisas em Relações Internacionais, que será oferecido a partir do quinto semestre. “A proposta desse curso de bacharelado é propor estudos regionais e conexão com pesquisa e extensão. O foco está no desenvolvimento de um profissional capaz de atuar do interior paulista para o mundo”, afirmou.
“O curso foi desenhado a partir de uma lacuna geoespacial. Há demanda por profissionais de relações internacionais em regiões metropolitanas permeadas por empresas multinacionais”, destacou. Segundo Dias, no campo de atuação, além de consulados, embaixadas e entidades de representação internacional, estão ainda órgãos governamentais federais, estaduais e municipais, universidades, centros de pesquisa e consultorias.