Campinas recebeu, nesta sexta-feira, 31 de outubro, o lançamento da exposição “Fábio Penteado: Pétalas e Estrelas”, que inaugura o novo ciclo de mostras nas galerias do Centro de Convivência Cultural “Carlos Gomes”, recentemente restaurado.
A abertura gratuita ao público acontece neste sábado, 1º de novembro, às 11h, com visitação disponível até 21 de março de 2026. O evento contou com a presença do prefeito Dário Saadi, da secretária de Cultura e Turismo Alexandra Caprioli, de familiares e representantes do arquiteto.
Projetado pelo próprio homenageado, o Centro de Convivência Cultural de Campinas foi inaugurado em 1976. A obra do arquiteto Fábio Penteado (1929–2011) se destaca pela integração entre arte, arquitetura e convivência.
O conjunto ocupa uma grande praça circular, cercada por uma avenida em formato de rotatória, e abriga teatro, salas de exposição, escritórios e café — tudo conectado aos volumes assimétricos da construção, que se abrem para o anfiteatro ao ar livre com capacidade para 8 mil pessoas.
A exposição revela a singularidade da trajetória do arquiteto, conhecido por romper com a ortogonalidade e buscar formas inspiradas na natureza. “Em muitos memoriais descritivos, ele escrevia: ‘O projeto começa com um ponto marcado no chão, do qual partem faixas, desenhando no chão a forma de uma estrela’”, explica o curador Guilherme Wisnik.
A mostra reúne sete projetos icônicos da carreira de Penteado, entre eles:
Teatro Municipal de Piracicaba (1960)
Monumento de Playa Girón, em Cuba (1962)
Sociedade Harmonia de Tênis (1964)
Teatro de Ópera de Campinas (1966)
Centro de Convivência Cultural (1967–1968)
Hospital-Escola Júlio de Mesquita Filho (1968)
Condomínio Sunshine (1972)
Mais de 220 itens compõem a exposição, incluindo plantas, maquetes, obras originais, objetos pessoais e documentos restaurados. Segundo Adriana Penteado, filha do arquiteto e coordenadora da exposição, a mostra é fruto de uma parceria entre o Arquivo Fábio Penteado e a Casa da Arquitectura, em Portugal.
“Em 2017, doamos 397 desenhos e documentos do projeto do Centro de Convivência à coleção de arquitetura brasileira da Casa da Arquitectura. Essa cooperação internacional permitiu restaurar e catalogar mais de 10 mil documentos de Fábio, além de impulsionar o projeto de reforma do Centro, entregue ao público em julho de 2025”, destaca Adriana.