O município de Santo André iniciou uma nova fase das obras de ampliação do Aterro Sanitário Municipal, que permitirá estender em cerca de dois anos a vida útil do equipamento. As intervenções ocorrem em uma área de 8 mil metros quadrados, com capacidade para receber 500 mil toneladas de resíduos.
Além de promover a destinação adequada de resíduos orgânicos, o aterro próprio representa economia de recursos públicos. Segundo o prefeito Gilvan Ferreira, caso os materiais fossem encaminhados a aterros privados, a cidade gastaria aproximadamente R$ 72 milhões por ano. “Com essa economia, conseguimos direcionar investimentos para políticas públicas que incentivam a separação e o descarte correto dos resíduos, ampliando a reciclagem e prolongando ainda mais o tempo de operação do aterro”, afirmou.
A próxima etapa de ampliação está prevista para o próximo ano, contemplando uma área de 15 mil metros quadrados. Com isso, o aterro poderá operar por mais cinco anos.
As obras incluem escavação, compactação e impermeabilização do solo, com implantação de mantas para evitar a contaminação das águas subterrâneas, além da construção de drenos para captação do chorume, líquido gerado a partir da decomposição da matéria orgânica. De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Edinilson Ferreira dos Santos, os gases produzidos nesse processo, como o metano, são tratados para reduzir o impacto ambiental. “Transformamos o metano em dióxido de carbono, que possui potencial de aquecimento global aproximadamente 30 vezes menor que o metano”, explicou.
Santo André é a única cidade do ABC a contar com um aterro público, considerado um dos mais bem avaliados do estado de São Paulo. Por ano, o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) destina ao local mais de 200 mil toneladas de resíduos orgânicos.
Para reduzir o volume de materiais encaminhados ao aterro, o município tem investido em programas socioambientais, como o Moeda Verde, que troca recicláveis por frutas, legumes e verduras, e o Baldinho Verde, que converte resíduos orgânicos em composto, fertilizante ou hortaliças.
A cidade também amplia a compostagem de resíduos por meio do Quintal Verde, espaço que recebe materiais de feiras livres e de moradores para processamento local. Até 2028, Santo André prevê a instalação de dez unidades do tipo, fortalecendo a gestão sustentável de resíduos e incentivando a economia circular.
As intervenções no aterro reforçam o compromisso do município com a destinação responsável de resíduos e o planejamento de longo prazo para a gestão ambiental, conciliando eficiência econômica e sustentabilidade.