Um data center está negociando com a prefeitura de Campinas (SP) para se instalar na área do Pids (Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável), no distrito de Barão Geraldo. O nome do empreendimento é mantido em sigilo a pedido do proprietário, que estaria disposto a investir cerca de R$ 4 bilhões.
A lei que organiza o crescimento do polo foi sancionada esta semana pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos-SP), dividindo a área em duas partes principais: a Zona de Atividade Econômica (ZAE-PIDS), para a instalação de empresas e laboratórios de tecnologia, pesquisa e inovação; e a Zona de Centralidade (ZC-PIDS), que permite tanto a instalação de empresas, quanto de residências.
O Pids tem 17,8 milhões de metros quadrados (m2) e já conta com laboratórios, centros de pesquisa e universidades, atuantes em áreas como biociência, biorrenováveis, cibersegurança, internet das coisas, luz síncrotron e nanotecnologia.
Entre as unidades que já o compõem, encontram-se a Unicamp, a PUC-Campinas e o Centro Nacional de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), que é a sede do Sírius, maior laboratório de luz síncroton do Hemisfério Sul.
O primeiro laboratório, da América Latina, de contenção biológica de máxima segurança (NB4) ganhou o nome de Orion e também já está sendo construído.
A lei, recém-aprovada, objetiva atrair mais empresas para o ecossistema, que já é conhecido como o Vale do Silício brasileiro, fazendo-o crescer com infraestrutura sustentável. Agora, estão em discussão 13 decretos que regulamentam a área e que terão que ser apresentados em até 12 meses.
A legislação visa estabelecer a região como um polo urbano inteligente, por meio de planejamento que integra educação, trabalho, moradia, serviços e lazer. Tem como modelo, a Cidade de 15 Minutos, que estabelece esse limite temporal para o deslocamento ativo (a pé ou de bicicleta) entre todos os equipamentos essenciais que o compõem.
O projeto também possui enfoque no meio ambiente e áreas de convivência da comunidade. Cria o Parque Ambiental Anhumas ao longo do ribeirão anônimo e mantém todas as condicionantes ambientais vigentes.
Ciclovias, calçadas mais largas e as ruas na zona de centralidade devem ser divididas entre espaços para deslocamentos a pé e de bicicletas e menor incentivo ao uso de carros particulares. Estão previstos, por exemplo, 300 mil m², mais de 40 campos de futebol, para árvores e corredores ecológicos, para fauna local.
Toda a infraestrutura de água, esgoto, energia e telecomunicações deverá ser subterrânea e compartilhada. As calçadas terão largura mínima de 4 a 5 metros, e quadras maiores que 130 metros precisarão de passagens internas para pedestres e ciclistas.