Dados do Cadastro Único apontam que as famílias em situação de insegurança alimentar gravíssima em Campinas (SP) diminuíram de 6.569 em 2023 para 6.218 em 2024, uma redução de 5,3%.
Segundo a prefeitura, os avanços refletem políticas integradas de transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar, ampliação de cozinhas comunitárias e educação alimentar. Ainda de acordo com o Executivo, Campinas conta com 248 hortas urbanas (168 em processo de regularização e 80 em instituições públicas, como escolas e centros de saúde).
No mês passado, a prefeitura entregou 21.297 quentinhas com o intuito de “reduzir a insegurança alimentar imediata e facilitar outros encaminhamentos para serviços públicos de assistência social”.
No Samim (Serviço de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante), que oferece acolhimento, pernoite, alimentação e atendimento social para pessoas em situação de rua, foram entregues 10.644 unidades (50,0%).
Já no Centro POP, foram 2.360 (11,1%). O centro é especializado em população em situação de rua e oferece garantia a direitos, convívio comunitário e a reconstrução de projetos de vida.
No Refeitório da Cidadania, que distribui refeições para a população em situação de rua, foram distribuída 6.330 unidades (29,7%). Além disso, ações eventuais distribuíram 1.963 (9,2%) marmitas. Ao longo dos 31 dias do mês passado, foram distribuídas 687 refeições por dia, em média.
“As equipes trabalham todos os dias com a responsabilidade de garantir que ninguém enfrente a fome sozinho. A oferta gratuita de refeições nutritivas protege vidas, fortalece a dignidade e reafirma o compromisso do município com quem mais precisa”, afirma a secretária de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, Vandecleya Moro.
A sociedade civil também integra a rede: a Cozinha Solidária São Marcos prepara cerca de 5.200 refeições por mês; o Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação (ISA) atendeu quase 299 mil pessoas em 2024; e o SESC Mesa Brasil beneficiou 5.371 famílias, e as 128 feiras livres, diurnas e noturnas, completam o circuito de abastecimento, aproximando produtores e consumidores em todas as regiões.
Ainda de acordo com a prefeitura, o Banco Municipal de Alimentos atende, em média, 17 mil pessoas por mês; e o Nutrir Campinas opera em duas modalidades: benefício emergencial (11.940 concessões em 2024) e benefício temporário (74.378 famílias em 2024).
Plano Municipal
Em outubro, a prefeitura publicou o II Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Plamsan), que estabelece metas e diretrizes para o período de 2026 a 2029, a fim de ampliar o “acesso a alimentos de qualidade e à água potável, integrando políticas de saúde, educação e assistência social, fortalecendo a agricultura urbana e familiar e intensificando o combate à fome entre populações vulneráveis”.
Entre as medidas estruturantes estão o aumento das compras públicas da agricultura familiar, o apoio a cozinhas comunitárias e feiras solidárias e o estímulo à agroecologia.
O plano institui o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana e cria a Central Municipal de Processamento de Alimentos, sob a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (SMTR), destinada ao beneficiamento de alimentos in natura, à geração de trabalho e renda e à ampliação do acesso a produtos frescos.
Prevê novos pontos públicos de água potável e a implantação de uma cozinha comunitária, em parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social e a Sanasa (empresa municipal responsável pela água e esgoto de Campinas), para garantir alimentação e hidratação às comunidades vulneráveis.
A execução e o acompanhamento das metas serão integrados entre SUS (saúde), SUAS (assistência social) e SISAN (segurança alimentar), com monitoramento contínuo pela CAISAN e pelo COMSEA, relatórios semestrais via Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e uso da plataforma VIS DATASAN, para ampliar indicadores e transparência.
O plano é parte da VII Semana Municipal da Alimentação, que começou no dia 14 e segue até 21 de outubro, com ações educativas e debates sobre alimentação saudável, segura e sustentável. Diferentemente da edição anterior, o II PLAMSAN já nasce integrado ao Plano Plurianual (PPA) 2026–2029, garantindo vínculo direto entre metas e orçamento.
Acesso
Encaminhamentos e orientações ocorrem pelos equipamentos socioassistenciais, como pelo Samim, por exemplo. O Serviço de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante fica na Francisco Elisiário, nº 240, no Bonfim. Telefones: (19) 3231-2999 / 3237-8800.