Depois de mais de uma década de atrasos, o monotrilho da Linha 17-Ouro, que conectará o Aeroporto de Congonhas à rede metroferroviária de São Paulo, tem nova previsão para entrar em funcionamento: março de 2026. O anúncio foi feito por Roberto Torres, diretor de engenharia e planejamento do Metrô, que garantiu que não haverá mais prorrogações no cronograma.
Atualmente, cerca de 90% das obras estão concluídas. Os trabalhos se concentram na finalização dos acabamentos e na instalação dos sistemas das oito estações da primeira fase. Nas plataformas, já é possível observar escadas rolantes em funcionamento, portas de segurança instaladas e operários realizando ajustes finais.
A Linha 17-Ouro fará conexão com a Linha 5-Lilás, do Metrô, na estação Campo Belo, e com a Linha 9-Esmeralda, da ViaMobilidade, na estação Morumbi, próxima à Marginal Pinheiros. A expectativa é que aproximadamente 30 mil passageiros utilizem diariamente a integração com a Linha 5.
O projeto, que originalmente previa 18 quilômetros de extensão — do Jabaquara ao estádio do Morumbi —, foi reduzido e passou por sucessivas paralisações, mudanças contratuais e aumento de custos. Em setembro, o governo estadual autorizou um aditivo de R$ 30 milhões à construtora responsável para garantir a conclusão dos trabalhos.
De acordo com Torres, o início da operação será controlado, com horários e viagens limitados, para avaliar o perfil dos passageiros e realizar ajustes antes da abertura plena prevista para o segundo semestre de 2026.
Uma das novidades será a ausência de bilheterias físicas. Todas as estações terão apenas totens de autoatendimento para compra e recarga de bilhetes, substituindo o atendimento presencial previsto no projeto original, concebido há mais de 15 anos.
Dos 14 trens previstos para a linha, seis já estão no pátio Água Espraiada, na Zona Sul. Cinco deles passaram por testes noturnos. Cada composição tem capacidade para 616 passageiros e conta com bateria reserva capaz de garantir o deslocamento até o fim do trajeto em caso de falha elétrica. Assim como na Linha 4-Amarela, os trens foram projetados para operar de forma automatizada, embora inicialmente haverá condutores durante a fase de adaptação.