A equipe do Centro de Resiliência a Desastres de Campinas (CRDC) marcou presença no curso de Planejamento Urbano na Redução de Risco de Desastres nesta terça-feira, 11 de novembro, e quarta-feira, 12 de novembro. A iniciativa é uma promoção da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo, em parceria com a Escola de Serviço Público do estado. A iniciativa reuniu cerca de 80 profissionais de diversos municípios do país, de estados como Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal, Pernambuco e Espírito Santo, com o objetivo de aprofundar a articulação entre os instrumentos de planejamento territorial e as políticas de proteção e defesa civil. O evento teve apresentação de casos práticos de sucesso, com destaque para a participação do CRDC.
Campinas, reconhecida como hub de Resiliência pela ONU, levou sua experiência consolidada em incorporar a gestão de riscos e desastres na agenda do planejamento urbano. As aulas foram ministradas em formato on-line por Sidnei Furtado, coordenador regional e diretor da Defesa Civil; Priscilla Pegoraro, Assessora Técnica do Departamento de Vigilância em Saúde; Anne Dutra, Coordenadora da Vigilância em Alimentos; e Heloísa Fava Fagundes, Coordenadora de Fiscalização Ambiental, demonstrando a abordagem intersetorial adotada pelo município.
Furtado palestrou no dia 11 sobre temas essenciais como a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), o Sistema de Informações (SIMPEDEC), gestão de risco, cartas geotécnicas, vulnerabilidade urbana e a elaboração de planos municipais de redução de riscos. Sua apresentação focou em como esses instrumentos técnicos e legais podem ser efetivamente aplicados para prevenir desastres, transformando a teoria em ação prática para os gestores públicos presentes.
Complementando a atuação de Furtado, Heloísa Fagundes detalhou a interface do Estatuto da Cidade e do Plano Diretor com a gestão de riscos, também no dia 11, enquanto Priscilla Pegoraro e Anne Dutra abordaram a estratégia “Construindo Cidades Resilientes”, da ONU, e a aplicação prática da ferramenta “Scorecard” para avaliar e avançar nas políticas públicas nesta quarta-feira, 12. As apresentações evidenciaram os resultados tangíveis alcançados em Campinas, como a redução de áreas de risco e os trabalhos sistêmicos contra arboviroses e estiagens.
Sidnei Furtado enfatizou o valor estratégico de iniciativas como essa. “Este intercâmbio de conhecimentos e a capacitação contínua de profissionais são fundamentais para construirmos cidades mais preparadas e resilientes. Essa troca de experiências bem-sucedidas é essencial para protegermos as pessoas contra os desastres”, declarou.
“Esperamos que este curso fortaleça ainda mais essa jornada coletiva e inspire outros municípios a seguir o mesmo caminho rumo a cidades mais seguras e preparadas para enfrentar os desafios atuais”, destacou Priscilla Pegoraro. Para ela, a resiliência não é apenas uma meta, mas um processo contínuo de aprendizado, integração e inovação.
Gestão de Risco de Desastres e Resiliência
Sidnei Furtado também foi um dos palestrantes de outra formação on-line sobre gestão de risco de desastres e resiliência climática, realizada nesta quarta-feira, 12. O projeto é da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com parceria de prefeituras de cidades como Juquitiba, Niquelândia, Aripuanã, Matão, Muriaé, Lajes e Juquiá, das empresas CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), Citrosuco, Nexa e Auren e do Instituto Votorantim.
O evento, que integrou o Módulo 2 do projeto de fortalecimento de competências em municípios brasileiros, teve como foco a governança, bases de dados confiáveis e monitoramento. Ele dividiu a aula com o professor Eduardo Grin, pesquisador do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da FGV (FGVceapg);
Em sua apresentação Furtado compartilhou a experiência prática de Campinas, detalhando a organização e o funcionamento da governança local em gestão de riscos. Ele abordou temas como a estrutura institucional, os mecanismos de coordenação entre secretarias, os arranjos de participação social e os instrumentos legais que sustentam as ações, transferindo conhecimentos valiosos para os gestores públicos presentes.